sábado, 12 de maio de 2018

oásis de ternura...


a saudade sempre me procura
e eu numa ânsia me entrego
é meu oásis de ternura
traz-me o sonho ardente a que me apego
deixa-me a viver nos aromas da infância
numa embriagadora essência de luz e água
num pomar de frutos e pássaros em frenesi
perto da menina, que nunca esqueci

numa indomada alegria esqueço a mágoa
nasce em mim o sonho, a doçura e o prazer
e eterna me sinto nesse instante
a ponto de pensar que não vou mais sofrer
sigo adiante, celebrando o viver
afasto de mim as sombras
esqueço as marcas na pele
meu sonho abarca uma distância maior
acalmo a intempérie e, rendo-me ao amor

sento-me junto à solidão da trepadeira
a ver a tarde prenhe de luz
alheia ao rumor da vida,
só de mim se abeira a saudade
numa ânsia de tocar-me
e puxar-me para a outra margem
a vestir-me com verdes da primavera

como se ainda, o amor estivesse à minha espera.

natalia nuno
rosafogo

quarta-feira, 9 de maio de 2018

já não sei se lembro...





na poeira do tempo minhas pegadas
continuo no meu entardecer,
trago as palavras caladas
por não as saber dizer
apenas murmuro as mágoas em tom
plangente, mas nem do coração ouço
qualquer som...também ele nada sente

melancolia de quem vai acenando à vida
deixando para trás páginas cheias
de viver e sonhar amor
que esvoaça incerto, não tendo por perto
das suas mãos o calor...

e hoje é como se o tempo se soltasse
esquecesse a minha já marcada face
e eu viesse ao mundo outra vez
só por fruir e amar a vida...talvez!

já toda me embaraço
reinventando memórias loucas
lembrando passo a passo
as carícias, os beijos das nossas bocas
fosse a nossa vida nada, sem amor e entendimento
não faria a saudade no meu coração assento
essa saudade que me escreve
e me lembra o que deve e o que não deve
faz dançar o coração, uma valsa lenta
e,  a sonhar sempre me tenta.

natália nuno
rosafogo






terça-feira, 8 de maio de 2018

homenagem a natalia nuno





Um poema com que me homenagearam duas amigas que eu estimo...no dia do lançamento do meu 1º livro «Pesa-me a Alma»...faz sete anos.


É um campo verdejante
onde a rosa é fogo
que inala fragrâncias amenas
é a luz na alma
que recorda a infância serena
numa guitarra a lacrimejar saudade!
Uma cadeira que baloiça
nos orvalhos onde a poesia se derrama
pétalas no auge da felicidade
uma lágrima em sulcos
com o fulgor de um imenso sorriso
nas rimas em espontaneidade…
Nos desígnios pintados no céu
PESA-ME A ALMA
a veste do sonho na realidade alcançada,
a conquista das páginas
que para nós ficam para a eternidade…
Um olhar de força em plena amizade
um arrebatar de verdade
na imensidão de uma mulher
que se ama com sinceridade!

Poema de Ana Coelho com a leitura de Manuela Fonseca

natalia nuno
rosafogo