quarta-feira, 5 de julho de 2017

nasceu de mim...



nasceu de mim este poema
da saudade que trago agasalhada
encontrou cantinho no meu peito
e logo espreitou o tema
chave de ouro, a saudade ali fechada.
na solidão por ali ficou
esperando a luz do outono,
e com fino gume gravou
... do meu coração seria dono

ficou-se ali a ver o tempo a bater-me no
peito,
esse tempo sem jeito
que o coração dilata
que me põe o cabelo cor de prata
e q' eu não sei entender
mas que é tempo do meu viver

nasceu de mim este poema
numa manhã morna
e orvalhada,
viveu fugaz eternidade
e adormeceu na saudade
quando me sentiu mitigada
agora, afago as palavras
ponho um sorriso no rosto
este rosto que  o tempo silenciou
dia após dia,
num anónimo viver,
e nos meus olhos
de maresia,
sinto-me à morte... a ceder.

natalia nuno
rosafogo



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