segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

À mercê das horas...




Minhas mãos frias,
na mente poemas com alguns dias
as horas são-me  indiferentes...
Já caem à terra as sementes
que hão-de dar pão,
eu, se nada tenho... como e bebo palavras;
que me vêem à mente e ao coração
palavras banais, prontas a despejar
tempestade
relâmpagos na memória
que ribombam de saudade
palavras usuais
que fazem minhas tardes ansiosas
deixam-me perdida
e a alma em ferida.

À mercê das horas
apenas um longo silêncio
e assim o tempo é tudo
que passa por mim quieto e mudo.

A vida vai longe da metade
à distãncia tudo ficou
resta-me a saudade
ao fim da tarde
que ao fim... chegou.

natalia nuno
rosafogo