sexta-feira, 3 de agosto de 2012

AMAR É


























Amar é voar sem asa ter
Amar é do pranto o sal
Amar é sede e desejo,
dum beijo matinal.

É a essência do ser
É o silêncio e o canto
Deixar-se nos braços adormecer
Estar receptiva ao espanto
É colher um outro olhar
É este... o encanto de amar!
Amar é deixar arder
o coração
Acordar o corpo levá-lo
até ao último êxtase
à ultima sensação.

Amar é fazer da vida
jardim de delícias
É deixar-se enredar numa teia
de carícias.
Amar é sentir dos beijos o perfume
é deixar-se morrer sem um queixume.
Amar é do mesmo cálice beber
Amar ...é deixar-se colher.

Amar é firme delírio
é loucura
é festa do coração
é ternura, é doçura
é da vida reconciliação
do amor exaltação.
Morrer no sonho inebriado
esperança de carinho
de amar e ser amado.

rosafogo
natalia nuno

poema de 2002 (out.)
imagem da net







quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MEU RIBATEJO






Está o sol a descoberto
Semeia pedaços dourados
No coração um deserto
E eu pouso  o cansaço nos olhos
fechados.
E a vida corre....
Enquanto os pensamentos são gigantes
ensurdecedores na minha cabeça
Comsomem-me por instantes
até que adormeça.
Dias de sol, dias de marfim
Passa a brisa quase imóvel por mim.

E a campina de verdes e azulados
De pranto orvalhada
De silêncios afogados
Meu amor por ti terra amada
Teu rio correndo vai uma eternidade
Meus olhos tremendo de eterna saudade.

Resta-me a palavra para te saudar
Hei-de cantar-te meu Ribatejo
Até meus dedos rasgar
É o que mais quero e desejo.
Neste tempo de esperanças e de fracassos
Estendo-te os braços
Antes que seja tarde
Antes...que a morte me prive
desta liberdade.

rosafogo
natalia nuno
imagem da net

poema com algum tempo

terça-feira, 31 de julho de 2012

espelho meu...



Olho atónita o espelho baço
como foi que me esqueceu?
Cheio das perguntas que lhe faço,
recusa-se a olhar o que o tempo corroeu.
Olho-o com desconfiança,
clamo aos céus por um momento de sossego,
ao olhar-me estremece meu chão.
Como posso tirar da lembrança,
aquele que era o rosto meu?
A verdade cala meu coração.

Não há caminho de regresso,
faz-se um rasgo no coração,
Não me peça, nem eu lhe peço
dele recompensa,
nem de mim perdão.
Olho-o profundamente,
e me deixo impressionar.
Olho-o fixamente!
Como num sonho a naufragar.

Espelho meu, espelho meu,
como  permites ver-me,
num rosto onde a beleza desfaleceu?
Não pode estar a acontecer-me!
Espelho mágico, sem magia,
o que mostras, já não me dói
o tempo me sufoca também me alivia...!
Me espera o presente, o passado já foi.

Enquanto tu te embacias
Eu prossigo no labirinto dos dias.

rosafogo
natalia nuno
imagem da net